segunda-feira, 14 de abril de 2008

ROCCO PAPALEO E BOCCA D'ORO

ROCCO PAPALEO E BOCCA D’ORO

(INTERIOR – FRIGORÍFICO DO BOCCA D’ORO)
(ROCCO ENTRA TODO ARREBENTADO TALVEZ PARA PEDIR ALGUM FAVOR PARA O BOCCA D’ORO. VÃO CAMINHANDO PELO FRIGORÍFICO. BOCCA MAIS À FRENTE DE ROCCO).



BOCCA D’ORO: Com os olhos não se brinca. Só tenho dois. (CAMINHANDO).
Se pudesse iria para a Suíça, país civilizado, tranqüilo. Um lugar para viver. Ou pro coração da Itália. Em que outro país se acha música, terra, sol e pessoas e “quella fame”.
A fome é um sentimento indispensável para a formação de um povo. A fome desenvolve a inteligência, a fantasia e o amadurecimento humano.


(APONTANDO PARA OS SEUS FUNCIONÁRIOS)
É impossível trabalhar com os italianos. Falam muito, exagerados, zangam-se, fofoqueiam, sem-vergonhas, nervosos, ladrões. Como comparar com a seriedade dos americanos. Aceito até negros, pago meio salário.


(OLHANDO OS FERIMENTOS DE ROCCO)
BOCCA D’ORO: Quem eram? Eram quatro negros fodidos que caçam brancos ou quatro brancos fodidos que agridem os brancos para depois culparem o poder negro, ou quatro árabes fodidos que pensaram que fosse um judeu, ou quatro judeus fodidos que pensaram que você era um árabe e queriam mandá-lo para aquele lugar, ou quatro porto-riquenhos bêbados, ou quatro policiais fodidos querendo mostrar às autoridades que está na hora de usar tanques contra porto-riquenhos, árabes, judeus e negros, ou quatro bichas fodidos que gozam dessa forma, ou quatro drogados fodidos ou quatro patrícios fodidos da sua máfia ou quatro marinheiros fodidos, de folga, querendo manter a forma.
(CORTA)

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